"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

08/12/2011

CHORO
Hoje, meu choro que mistura tristeza e felicidade, não me deixa sossegada. Duas experiências diferentes, duas leituras uma tão positiva, outra nem tanto, passaram como tudo passa. E vão passar mais ainda, vão viver em breve no espaço das memórias. Mas eu enxugo as lágrimas, digito e edito as fotos. Porque ainda estou viva. E ainda acho que passarei por muitas outras emoções...
Só eu sei, tenho me mantido firme e forte porque é isso o que todos esperam de mim (a eterna fortaleza). Manter-me firme e forte também faz parte do meu tratamento, o emocional é TUDO e neste aspecto fazer terapia está sendo de fundamental importância.
A terapia, entre outras coisas, está me ensinando a “liberar os corvos”... a não guardar nenhum sentimento que me incomode ou que me faça sofrer.
Impossível negar...  está sendo MUITO DIFÍCIL, doído, amargo, extenso, enfim, tem horas que bate o desespero total, tudo junto e misturado. Na verdade, nascemos e morremos sozinhos e nesta etapa da minha vida não está sendo diferente, porque por mais que as pessoas se preocupem e tentem me confortar, ou estar por perto, é sempre uma imensa solidão, um abismo que só quem vivencia pode entender.
Estar fora do ar, ausente do mundo, da minha profissão e de minha vida propriamente dita me ajuda e me atrapalha ao mesmo tempo...  me ajuda fisicamente e me atrapalha emocionalmente.
Novos efeitos colaterais aparecem a cada nova fase do tratamento, agora o ciclo menstrual foi interrompido, mais uma piração emocional e hormonal, hormonalmente uma bola de fogo que me corre o corpo todo, emocionalmente um turbilhão de sentimentos.
Me mantenho firme e forte... porém,  só eu sei a que preço. Me sinto invadida, dilacerada, vasculhada nas entranhas... nunca conseguirei descrever em palavras o que sinto e o pior é que as pessoas querem saber, mas não possuem alcance p/ compreender...
Tenho procurado perceber o que me incomoda de verdade, o que é carência ou viagem na maionese. Estou pautando meus sentimentos e ações com base em certezas, evitando assim maiores transtornos psico-emocionais.
Estou aproveitando este meu “pit-stop” obrigatório para pensar e olhar a vida de uma nova maneira, com um novo olhar, uma nova perspectiva, em busca de novas percepções, respostas e escolhas. A cada dia temos sempre a chance de refletir, repensar, revisar, refazer e o meu momento chegou... AGORA OU NUNCA!!!
E tem mais, com o câncer constatei que tudo está sendo melhor agora do que antes. Estou tendo a grata oportunidade de olhar de novo para dentro de mim mesma, de me reconhecer e fazer o meu melhor. Parar, refletir e inclusive, se for o caso, mudar de opinião, mudar de ideia, fazer de novo. É olhar para trás e olhar de novo para, com o intuito de caminhar com maior firmeza rumo a um futuro sempre melhor.
É chegada a hora de Revisar, refazer, relembrar, repensar, retomar, reavaliar, recomeçar...
Porém sem jamais me esquecer que devo aceitar, honrar e respeitar o passado, mas devo também deixá-lo em seu devido lugar: NO PASSADO.

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