"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

24/01/2012

FEMININO SEM FRESCURA

Há muito o que escrever, porém estou numa fase mais introspectiva, em depuração. Momento intenso e particular, onde as emoções estão todas à flor da pele.

Hoje, especialmente, surgiu uma vontade louca de gritar ao mundo e publicar em todas as mídias um monte de coisas. Eclodir emoções, no sentido mais amplo da palavra. Não estou cabendo dentro de mim... mas me fogem as palavras, de tão avassalador e inexorável que é este turbilhão de sentimentos que se chama EU.

Assim sendo, recorro ao “vizinho” e neste momento faço minhas as palavras de Luciana Onofre, esvaziando o meu recipiente terreno:

“Sou fêmea que cria “a cria” sem lamentos pelo tempo perdido, nem dores de amores. Que escolhe amores, não pela liberdade em poder ter os amores que desejar, mas sim o amor que me construa. Meu feminino não alega mal-estar para sentar e esperar o que o tempo deve trazer, mas corre pela estepe atrás do que quer ver acontecer. Meu feminino não usa muletas que justifiquem meus erros colocando-os em outros, assumo atos, palavras, pensamentos. Meu feminino não se traveste de masculino para penetrar no mundo, mas se veste de múltiplas cores para ser o mundo”.

domingo, 15 de janeiro de 2012

14/01/2012

A MULHER NO SUPERMERCADO
Ganhar respeito dos demais, tendo a ousadia de ser eu mesma... como é difícil e intenso isso!!!
A montanha-russa emocional pela qual estou sendo submetida está me enlouquecendo. Já passei por TODOS os efeitos colaterais físicos de uma quimioterapia, uns com maior intensidade, outros nem tanto. Até acho que estou suportando de forma bem razoável, talvez pelo fato de ter me preparado para o pior, o insuportável. Mas, avassalador mesmo são os efeitos colaterais emocionais... caraca. Algo como suportar as quatro estações climáticas do ano num mesmo dia. Ou seja, surreal.

Minhas emoções estão demasiadamente a flor da pele, sintonia fina, tolerância zero e toda a parte sinestésica com a sensibilidade ampliada em milhões de vezes. Me sinto numa constante TPM múltipla.
Quem convive comigo de forma mais próxima também sofre, obviamente.

O dia de hoje foi ótimo, produtivo e motivador. Eu estava realmente muito bem até resolver ir ao supermercado. Tudo normal, afinal, o que pode haver de tão ameaçador numa simples ida à um supermercado?
Iniciei minhas compras e estava distraída c/ meu filho, escolhendo quais os sabores p/ pipocas de microondas, quando uma moça, que eu nunca vi na vida, me cutucou, pediu licença e me perguntou: “vc se curou?”

Eu, pega de surpresa e sem entender a intenção da pergunta, respondi automaticamente que SIM.
E ela completou: “Tomara que sim. Tive uma amiga que teve câncer de mama e que tb pensou que tinha se curado, mas quatro anos depois apareceu uma metástase e ela morreu”. Virou as costas e saiu, como se nada tivesse acontecido. Travei.

Gente!!!!! Perdi o chão. O meu filho, tadinho, arregalou os olhos assustado. Só me fez uma pergunta óbvia: “mãe, vc conhece essa mulher?”
Conclusão: Não consegui terminar minhas compras e entrei em desespero... me vi de novo dentro do mundo paralelo, perdida. Caí em prantos, no meio do supermercado. Fiz um esforço enorme p/ manter o controle por conta do Arthur, que ficou sem entender nada.

Voltamos rapidinho p/ casa e p/ completar, nossa noite de sábado terminou c/ um black-out por conta de um vendaval que atingiu toda a baixada santista. Com a cabeça bombando de dor, tomei um banho gelado à luz de velas. Me debulhei em lágrimas numa dor emocional aguda, um transbordamento... adormeci.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

13/01/2012

FALAR

Já fui de esconder o que sentia, e sofri com isso.

Hoje não escondo nada do que sinto e penso, e às vezes também sofro com isso, mas ao menos não compactuo mais com um tipo de silêncio nocivo: o silêncio que tortura o outro, que confunde, o silêncio a fim de manter o poder num relacionamento.

Assisti ao filme "Mentiras sinceras" com uma pontinha de decepção - os comentários haviam sido ótimos, porém a contenção inglesa do filme me irritou um pouco - mas, nos momentos finais, uma cena aparentemente simples redimiu minha frustração.

Embaixo de um guarda-chuva, numa noite fria e molhada, um homem diz para uma mulher o que ela sempre precisou ouvir. E eu pensei: "como é fácil libertar uma pessoa de seus fantasmas e, libertando-a, abrir uma possibilidade de tê-la de volta, mais inteira."

Falar o que se sente é considerado uma fraqueza. Ao sermos absolutamente sinceros, a vulnerabilidade se instala. Perde-se o mistério que nos veste tão bem, ficamos nus.

E não é este tipo de nudez que nos atrai. Se a verdade pode parecer perturbadora para quem fala, é extremamente libertadora para quem ouve. É como se uma mão gigantesca varresse num segundo todas as nossas dúvidas. Finalmente se sabe.

Mas sabe-se o quê? O que todos nós, no fundo, queremos saber: se somos amados. Tão banal, não?

E no entanto esta banalidade é fomentadora das maiores carências, de traumas que nos aleijam, nos paralisam e nos afastam das pessoas que nos são mais caras.

Por que a dificuldade de dizer para alguém o quanto ele é - ou foi - importante? Dizer não como recurso de sedução, mas como um ato de generosidade, dizer sem esperar nada em troca. Dizer, simplesmente.

A maioria das relações - entre amantes, entre pais e filhos, e mesmo entre amigos - ampara-se em mentiras parciais e verdades pela metade.

Pode-se passar anos ao lado de alguém falando coisas inteligentíssimas, citando poemas, esbanjando presença de espírito, sem alcançar a delicadeza de uma declaração genuína e libertadora: dar ao outro uma certeza e, com a certeza, a liberdade.

Parece que só conseguiremos manter as pessoas ao nosso lado se elas não souberem tudo. Ou, ao menos, se não souberem o essencial.

E assim, através da manipulação, a relação passa a ficar doentia, inquieta, frágil. Em vez de uma vida a dois, passa-se a ter uma sobrevida a dois.

Deixar o outro inseguro é uma maneira de prendê-lo a nós - e este "a nós" inspira um providencial duplo sentido. Mesmo que ele tente se libertar, estará amarrado aos pontos de interrogação que colecionou.

Somos sádicos e avaros ao economizar nossos "eu te perdôo", "eu te compreendo", "eu te aceito como és" e o nosso mais profundo "eu te amo" - não o "eu te amo" dito às pressas no final de uma ligação telefônica, por força do hábito, e sim o "eu te amo" que significa: "seja feliz da maneira que você escolher, meu sentimento permanecerá o mesmo".

Libertar uma pessoa pode levar menos de um minuto. Oprimi-la é trabalho para uma vida. Mais que as mentiras, o silêncio é que é a verdadeira arma letal das relações humanas.

Este texto não é de minha autoria, mas é exatamente o que sinto e penso, principalmente nesta nova fase de minha vida. A partir do instante em que tomei a iniciativa de simplesmente FALAR, tudo mudou... mas isso é outra história.

FALAR – Extraído do livro Doidas e Santas, de Martha Medeiros.

* Martha Medeiros é Colunista da Revista do Jornal O Globo.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

09/01/2012

O QUE É UM CÂNCER DE MAMA HER2 POSITIVO?

Já em casa, após mais uma consulta c/ a Dra. Martha Perdicaris (minha médica oncologista), tenho duas notícias... uma boa e outra não tão boa:
- A boa é que minha resposta ao tratamento é de 100%, o nódulo foi eliminado por completo. Redução de 1,9 cm p/ zero.

- A não tão boa é que meu tipo de câncer é HER2 positivo, ou seja, é a forma mais agressiva da doença.
Quem disse que seria fácil??? Um dia de cada vez!!!
HER2 positivo é uma forma agressiva de câncer de mama. É um tipo de tumor diferente que tem como característica uma proteína encontrada em excesso na superfície das células. Nas células normais, a proteína HER2 ajuda a enviar sinais de crescimento de fora para dentro da célula. Esses sinais mandam a célula crescer, dividir-se e multiplicar-se.

No câncer de mama HER2 positivo, as células de câncer apresentam um número anormalmente alto de genes HER2 por célula. Quando isso acontece, aparece um excesso de proteína HER2 sobre a superfície da célula tumoral.

Esse fenômeno é denominadado superexpressão da proteína HER2.
Considera-se que o excesso de proteína HER2 faz as células do câncer crescerem e se dividirem mais rapidamente. É por isso que o câncer de mama HER2 positivo é mais agressivo que o câncer de mama que não é HER2 positivo.

Estudos demonstraram que cerca de 25% das pacientes com câncer de mama são do tipo HER2 positivo. A evolução desse tipo de câncer de mama pode ser mais rápida, assim sendo, é muito importante fazer o teste do HER2 já na época do diagnóstico da doença.

Por isso, a realização do Teste HER2 é fundamental para fazer o diagnóstico correto e no tempo certo, pois há tratamentos específicos com ótimos resultados e menos efeitos colaterais.

• O que é HER2?

HER2 são as iniciais em inglês para Receptor 2 do fator de crescimento da Epiderme Humana.

É uma proteína encontrada no organismo de todas as pessoas, e que está localizada na camada exterior da célula, sendo um dos fatores que ajudam a célula a se dividir e multiplicar. Quando há um excesso dessa proteína nas células da mama, indica que algo está errado.

Por isso é preciso atentar a esse fato.

• Teste HER2

O Teste HER2 é realizado no mesmo material da biópsia mamária em que foi diagnosticado câncer de mama. Algumas vezes é necessário realizar o teste com uma amostra do tumor que já foi retirada na cirurgia.

Existem dois tipos de testes disponíveis para verificar o status HER2: Imuno-Histoquímica (IHQ) e Hibridização in Situ por Fluorescência (FISH).

Um teste de IHQ verifica o quanto de proteína HER2 há na superfície das células do câncer, sendo usado um “reagente” na superfície dessas células. Esse reagente tinge a membrana da célula de marrom, e com o microscópio o patologista vê a porcentagem de células que “reagiram”, ou seja, se a membrana tingiu de marrom. É então realizada uma classificação em “cruzes”, onde 0 (zero) e 1+ é negativo, e 3+ é positivo. Se o resultado for 2+, o resultado é indeterminado, sendo necessário o teste FISH.

Um teste FISH verifica se as células do câncer tem ou não um número anormal de genes HER2. Com um microscópio e uma “lâmpada fluorescente”, o patologista examina as células do câncer para checar quantos genes HER2 existem, em comparação com outros genes normais. Esse teste está indicado se o Herceptest for indeterminado, ou seja, 2+.

É importante que os testes sejam precisos, seu relatório da patologia pode trazer resultados inconclusivos. Peça ao seu médico para explicar os resultados do relatório da patologia para que você saiba como foi determinado o status HER2 do seu tumor.

• Tratando o HER2 positivo

Atualmente, especialistas discutem a doença e chamam a atenção para a importância de exames de diagnóstico específicos para detectar a presença desse tipo de câncer de mama.

Se o exame da paciente indicar HER2 negativo, o tumor deve ser tratado de forma clássica, o que pode incluir hormonioterapia (emprego de hormônios naturais ou sintéticos com fins terapêuticos, que funcionam como “anti-hormônio” na mama) e quimioterapia (administração de um produto químico com a finalidade de curar ou impedir a progressão da doença), conforme a situação e as características da paciente e do tumor.

No caso de HER2 positivo, a mulher pode ser medicada com uma substância (anticorpo monoclonal) que age especificamente no receptor HER2. É o caso do trastuzumabe, que é um tratamento para mulheres com câncer de mama cujos tumores possuem excesso de proteína HER2.

A experiência clínica com o trastuzumabe no tratamento adjuvante do câncer de mama HER2 posititvo com linfonodos positivos começou no ano 2000. Em 2006, o trastuzumabe foi aprovado para esse tipo de tratamento. Trastuzumabe não é quimioterapia ou tratamento hormonal. Trata-se de um tipo de tratamento de câncer dirigido, conhecido como anticorpo monoclonal (também chamado de tratamento biológico dirigido). Seriam como “mísseis teleguiados” que tem a capacidade de destruir somente as células que apresentam HER2 positivo. Por isso, esta medicação não mata as outras células do corpo, e seus efeitos colaterais são muito menores que os efeitos da quimioterapia clássica (como queda de cabelo, enfraquecimento das unhas etc).

Em dois grandes estudos clínicos de tratamento adjuvante, adicionar o trastuzumabe à quimioterapia reduziu o risco de recorrência do câncer em 50%, em comparação com a quimioterapia isoladamente. Os benefícios potenciais recebidos do trastuzumabe foram adicionados aos benefícios recebidos da cirurgia, quimioterapia, radiação e tratamento hormonal. O trastuzumabe não substitui nenhum desses tratamentos, apenas os complementa, se indicados no momento certo, conforme orientação médica.

Fonte: FEMAMA 20/06/2008.

sábado, 7 de janeiro de 2012

06/01/2012

Hoje é Dia de Reis.

Mas p/ mim não é simplesmente mais um Dia de Reis como nos anos anteriores, daqueles em que automaticamente desmontamos a árvore de natal, guardamos as guirlandas e tudo o mais... este dia 06 de janeiro de 2012 tem sabor de vitória, de renascimento. É o dia em que definitivamente consegui captar o “espírito da coisa”, algo subentendido em que só as almas atentas conseguem captar. Hoje é o dia em que olhei p/ dentro de mim mesma e fiz o meu Decreto, pra valer, com sentimento. Um sentimento que não mais contém medo e nem angústia... FELIZ 2012!!!

Decreto é compromisso e para que o mesmo seja conquistado, faz-se necessário no mínimo disciplina e organização. Organização remete à uma lista de prioridades e metas. Uma lista... foi então que me lembrei da LISTA DA BOTA.  

Dois "ícones" da interpretação, Jack Nicholson e Morgan Freeman, protagonizaram um filme simples, sobre a vida, que em Portugal recebeu o título de "Nunca é Tarde Demais" (que não lhe fica mal) e no Brasil é conhecido como “Antes de Partir”, mas que no original chama-se "The Bucket List", isto é a "Lista da Bota", e explicando melhor a lista antes de partir... de "bater as botas"... de morrer. É sobre esta inevitabilidade, a morte, que incide o filme e é acima de tudo uma lição... de vida!!! É um daqueles filmes que nos pretende encher o coração de sentimentos de esperança e alegria. Um hino à vida.

Então pensei:

“é chegada a hora da minha lista da bota ser iniciada”.

Como a lista é da minha bota, me dou o direito de estabelecer um novo critério. A minha lista será dinâmica. Posso alterá-la e/ou atualizá-la sempre que julgar necessário.

Eis o rascunho inicial da Lista da Minha Bota:

1)  Pular de Paraglider

2)  Fazer uma viagem inesquecível

3)  Viver um conto de fadas

4)  Devolver ao mundo todas as graças que tenho recebido

5)  Deixar um legado

Todos vivemos e morremos, mas o importante é descobrir a alegria de viver!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

03/01/2012

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA DO AMOR PRÓPRIO...
UM PRESENTE DE ANO NOVO!!!

Acabei de chegar em casa após a realização do meu Ultrassom de Mamas... A hora da verdade chegou!!! Eis o Laudo:


"Contornos cutâneos lisos e regulares. Região dos mamilos e tecidos subcutâneos com configuração, espessura e ecotextura normais. Não há evid6encia de nódulos de caráter sólido, cístico ou complexo. Distribuição e textura sônica do parênquima conjuntivo glandular dentro dos limites da normalidade. Espaço retro-mamário apresenta-se normal ao ultrassom. Axila apresenta-se normal, sem adenomegalia.
Conclusão: o controle evolutivo pós quimioterapia neoadjuvante revela remissão do nódulo na mama esquerda, observado anteriormente".

SEM PALAVRAS...

Aprendi com Nick Vujicic que existem muitas atitudes a escolher, atitudes que nos permitem superar as circunstâncias difíceis... uma delas é a ATITUDE DE PERDÃO.

A atitude de perdão, em minha opinião, é a melhor de todas, mas é a mais difícil de se aprender. Durante o meu processo de tratamento de combate ao câncer de mama, quimioterapias e tudo o mais, confesso que senti muita raiva e vontade de encontrar um culpado qualquer. O perdão era algo que não fazia parte deste processo.

Hoje sei que os momentos de raiva e ressentimento foram absolutamente necessários p/ que eu pudesse chegar a uma atitude de perdão. Sei também que estes são sentimentos naturais. Porém, quando percebi que a raiva e o ressentimento estavam fervilhando diariamente em meu coração, deixando-o machucado, dilacerado e arrebentado, um sinal de alerta se fez presente, como se eu estivesse recuperando o pouco de sanidade mental que ainda me restava.
A raiva não foi inventada para ser uma emoção de longo prazo. O corpo humano funciona como um automóvel: se mantivermos o motor ligado por muito tempo, sem parar, ele funde e deixa de funcionar. Pesquisas médicas demonstram que acumular raiva e ressentimento por longos períodos causa estresse físico, emocional, enfraquesse todo o sistema imunológico e debilita os órgãos vitais.
Ah... tem também a CULPA. Enquanto eu culpava o outro, o destino, o universo, a Deus e etc por eu ter desenvolvido um câncer, teoricamente não precisaria assumir nenhuma responsabilidade por meu próprio futuro. Ledo engano.
Tão logo tomei a decisão de me reconciliar comigo mesma, com meus médicos e com Deus, passei a tocar minha vida adiante. Foi então que passei a me sentir melhor física e emocionalmente, julguei que era chegada a hora de assumir esta responsabilidade.
O que me libertou foi uma atitude de perdão. Percebi que ao me apegar a velhas mágoas e feridas do passado, continuo a vivenciá-las, dando uma espécie de poder e controle às pessoas e fatos que outrora me machucaram. Mas, a partir do perdão, consegui cortar todos os laços. Nada mais pode me atazanar. E tem mais, não fiz favor algum a ninguém além de mim mesma. Eu diria que uma atitude de perdão é uma forma “egoísta” de reiniciar a vida. É um reset, é a proclamação da república do amor próprio!!!
A força do perdão vai além da cura individual. Quando Nelson Mandela perdoou os homens que o haviam mantido na prisão por 27 anos, o poder de sua atitude mudou uma nação inteira e provocou um efeito cascata em todo o mundo.
Enfim, aprendi que perdoar a mim mesma está sendo tão importante quanto perdoar aos outros. Já cometi erros. Já estraguei tudo de vez em quando. O segredo é voltar atrás, admitir o erro, pedir desculpas às partes magoadas ou ofendidas (se possível), prometer melhorar (e se empenhar de corpo e alma nesta melhora) e seguir adiante.
A Bíblia diz que nós colhemos o que semeamos.
Experimentei na pele o poder de mudar a minha atitude e posso garantir que isso mudou a minha vida.