"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O GRITO

Trago contido em meu peito
Um imenso desejo sem jeito
É a garganta que trava
Na ânsia da fala.

Toda versão é um tripé
Só não vê quem não quer
A minha, a sua e a verdade
Para quê tanta falsidade?

Prefiro exercitar minha humanidade
Em busca da felicidade
Sigo sempre meu caminho
Com a leveza de um passarinho.

A vida é uma quimera
Como as flores na primavera
Obrigada meu marido
Por seguir sempre comigo.

Obrigada mãezinha querida
Pois, apesar de estar no céu
Conduz sempre minha vida.

por Valeria Palma em 23/10/2009.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

EQUILÍBRIO

O grande poeta e filósofo Rumi certa vez aconcelhara seus discípulos a escrever as três coisas que mais queriam na vida. Se qualquer item desta lista estivesse em conflito com o outro, avisava Rumi, o autor estava fadado à infelicidade. Melhor viver uma vida com um único foco, ensinou ele.

Ao ler isto, simplesmente entrei em “parafuso”...
Saúde, Paz e Prosperidade – conflito.
Calma, Paciência e Tolerância – conflito.
Amor, Cumplicidade e Respeito – conflito.
Espiritualidade, Temperança e Resignação – conflito...
Amizade, Sinceridade e Respeito – conflito...
Perdão, Gratidão e Controle do Ego – conflito... conflito... conflito!!!

Todos estes desejos pareciam conflitantes entre si.

Afinal, o que é mais importante? A parte de mim que deseja ter uma casa bacana, uma cama macia, o desejo de tomar longos e intermináveis banhos numa banheira de hidro-massagem coberta com pétalas de rosa sob um teto solar em forma piramidal, ter o carro do ano e nele curtir muitas viagens pelo mundo afora, estar sempre linda e bem sucedida profissionalmente, etc... ou...

A parte de mim que quer acordar bem cedinho, antes do sol nascer, para iniciar um longo dia de meditação e prece, estendendo esta paz e equilíbrio ao longo do meu dia e contagiando à todos que eu encontre??? Como me manter “zen”, quando tenho a minha conta bancária “estourada” por conta do crédito do meu salário que simplesmente foi transferido do primeiro para o quinto dia útil do mês e eu recebo esta informação do presidente da empresa onde trabalho, via e-mail, às 16:30 horas, em plena sexta-feira???

Adeus final de semana!!!

Mas e quanto às vantagens de se viver em harmonia entre extremos, o tão famoso EQUILÍBRIO??? Me questiono se de alguma forma eu pudesse criar uma vida abrangente o bastante para sincronizar opostos aparentemente incongruentes em uma visão de mundo que não excluísse nada... seria simplesmente mágico... TDB (tudo de bom)!!!

A minha verdade é exatamente única: DESEJO VIVENCIAR AS DUAS COISAS!!!

Desejo os prazeres do mundo e a transcendência divina – simultaneamente. Desejo de forma avassaladora as glórias duais da vida humana. Desejo aquilo que os gregos chamam de “kalos kai agathos” – o perfeito equilíbrio do bom e do belo.

Quanto à maneira de equilibrar a ânsia de prazer com o desejo de devoção... com certeza haverá uma maneira de aprender a fazer isso. Portanto, decidi parar de tentar escolher e entreguei minhas dualidades ao Universo... Ele (o Universo) com certeza me concederá o equilíbrio que tanto procuro... mesmo que eu não saiba como.
por Valeria Palma em 04/01/2009.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

SURRENDER

Houve um tempo em que estive muito triste, achava que ia entrar em desespero. Não havia ninguém que pudesse mudar isso, mas havia um espelho... Às vezes eu confessava as minhas tristezas à ele.

Até que um dia me ocorreu que talvez, se eu fizesse um diário, isso pudesse me fazer bem. Apesar de eu nunca ter mostrado o que escrevia à ninguém, pois acreditava que ninguém se interessaria em ler coisa alguma que eu tivesse escrito. Era mais provável que as pessoas queimassem ou jogassem ao mar...

Mas o intuito disso era conseguir me libertar. Sinto que ao escrever, consigo compreender melhor o que está acontecendo... a história de minha própria vida!!!

Assim sendo, determinei p/ mim mesma que nesta história eu seria a “Heroína” de minha própria jornada.

Como um ser de “gaia” que sou, portanto inserida temporariamente na matéria, não consigo negar minha essência. De acordo com meu signo – Touro (o melhor signo do zodíaco... rs), sou um ser da terra, cem por cento sinestésica, movida pelo prazer e plenamente feliz por estar – ainda – na terceira dimensão.

São muitas as vivências em busca de espiritualidade e ascenção, meditações, estudos, enfim... tudo extremamente válido, pois sem estas teorias eu jamais teria tido a coragem de enxergar o meu EU VERDADEIRO. Jamais teria tido força, discernimento, sabedoria e temperança p/ administrar tudo o que veio pela frente.

Mas a verdade é uma só: na teoria é tudo muito lindo, mas na prática... definitivamente não tenho vocação p/ ser Madre Teresa de Calcutá. E o dia em que resolvi assumir isso p/ mim mesma, sem culpas, me tornei uma nova mulher... ou melhor, passei a ser eu mesma, sem os véus e tabus impostos pela sociedade. E que se dane a sociedade... “todo mundo enxerga as cachaças que bebo, mas ninguém enxerga os tombos que levo”.

Decidi me deixar viver. Viver de forma avassaladora. Pela primeira vez após anos e anos, sinto de novo meu sangue correndo pelas minhas veias... e isso é simplesmente mágico e divertido.

Estou VIVA!!!!!!!!!!

A princípio, esta simples constatação me causou um enorme pânico. Como é mesmo a sensação de estar viva e viver de forma avassaladora??? Como sentir prazer novamente em viver??? Não tinha a menor idéia de como se fazia isso.

Honestamente, o prazer puro não é o meu paradigma cultural. Minha árvore genealógica é repleta de pessoas super cumpridoras de seus deveres... deveres... deveres... e onde estão os direitos?

Aprendi a ser forte, responsável, a melhor aluna da classe (o que me rendeu o apelido de “Aurélio”... aquele dicionário...). Apesar de muita diversão e alegria em família, tudo era regalado de missões a cumprir, tipo: nunca deixar a pia da cozinha molhada, não sair de casa sem arrumar a cama, começar a fazer enxoval a partir dos 15 anos de idade e jamais se casar após os 30 anos, etc... etc... etc...

Para mim, porém, um grande obstáculo na minha busca pelo prazer era meu sentimento de culpa puritano. Então pensava sempre: Será que eu mereço ter prazer em viver? Que luxo mais desmedido!!!

A partir de agora quero abordar o prazer de viver como se ele fosse um dever de casa ou um gigantesco projeto p/ alguma feira de ciências.

Foi então que percebi que a única pergunta importante é: Como é que EU defino o prazer?

Tudo mudou. Tudo se tornou delicioso. Tudo o que eu precisava era me perguntar todos os dias, pela primeira vez na vida: “O que você gostaria de fazer hoje? O que te daria prazer neste momento?”

E sem ter de pensar no que alguém mais iria achar e sem mais nenhuma obrigação com o que me preocupar, estas perguntas finalmente se tornaram claras e absolutamente pessoais.

É isso.

por Valeria Palma em 21/01/2009.
Nota:
A palavra "surrender" tem como significado, entre outras coisas, ENTREGA; RENDIÇÃO.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CONHECER-SE A SI MESMO

Houve um tempo em que “erroneamente” eu acreditava que me conhecia de verdade. Achava que sabia prever todas as minhas sensações e atitudes diante de determinadas ciladas da vida... ledo engano.

Ao longo de três décadas, primeiro terço da minha vida – seguindo uma ordem cronológica em
relação à expectativa de vida atual do ser humano, precisei entre outras coisas, gerar um filho e sepultar minha mãe, para começar a me conhecer de verdade.

As jornadas exploratórias pelo meu Eu Interior têm me proporcionado um rico tecido com que tecer minha vida.

A partir do momento em que aceitei essas experiências e dei a elas as boas vindas, enveredei pelo caminho da sabedoria.

Nossas vidas estão em constantes mudanças. Os acontecimentos do nossos dia a dia são como mestres que nos revelam os segredos do auto-conhecimento.

Conhecer-se a si mesmo é a fórmula mágica para descobertas além de nossa imaginação.

Como consegui encarar tudo isso?

Desarmando meu coração, ampliando minha consciência com muita temperança e compreensão.

Só percebi que tudo valeu à pena quando passei a tratar meu cotidiano com profunda gratidão.
por Valeria Palma em 31/08/2009.