Em algum momento...
Em algum momento, tudo se torna
diferente. Ao apagar uma vela, numa
fração de segundos, a claridade se torna escuridão. Assim é a vida, repleta de
momentos... claros e escuros.
Em algum momento, a vida nos
coloca à prova. Crenças, filosofia de vida, ideais, sonhos, projetos, fé,
espiritualidade, divindade, tudo, absolutamente tudo aparentemente se
transforma, deixa de existir e/ou passa a existir.
Em algum momento, questionamos
Deus. Deus? Que Deus? Quem é Deus? O que é Deus? Afinal, qual Pai em sua
bondade e misericórdia infinitas, permite que crianças sofram mazelas da fome,
do abandono, das guerras, das doenças, das mutilações, das injustiças, das
diferenças sócio-econômicas e culturais, por exemplo?
Em algum momento, precisamos
apenas entender que Deus é este, em sua onipotência, onipresença e onisciência,
refestelado em seu trono lá no céu, aponta o dedo, julga, pune, escolhe e
determina quem deve passar por isso ou por aquilo? Quem deve viver ou morrer?
Em algum momento, percebemos que lamentos,
revoltas, contradições e crises existenciais não mudam um fato. A atitude sim é
capaz de promover mudanças. Somente a atitude.
Nada acontece ou “cai do céu”
enquanto não houver determinação, movimento, ação.
Em algum momento, tudo se torna
efêmero. Deus, o tempo, a vida, a humanidade, o universo, as dimensões, a
energia cósmica, tudo definitivamente efêmero.
Em algum momento, o despertar para
ampliação de consciência nos mostra a simplicidade do todo. Simplicidade esta
que não requer práticas e nenhuma habilidade extraordinária para que se faça
entender que somos apenas energia, nada a mais.
Em algum momento, as teorias de
Einstein se tornam claras e absolutas. Matéria é matéria. As leis da física
conseguem decodificar e comprovar tudo. Os processos químicos e bioquímicos,
através das composições de gases universais, associados à energia,
proporcionaram o famoso Big-Bang, viabilizando as diversas formas de vida no
planeta terra e em outros planetas também, de acordo com o seu meio.
Em algum momento, Darwin nos
apresenta sua teoria da evolução das espécies. Os reinos, mineral, vegetal e
animal ganham vida e evoluem a cada era, graças a um fenômeno conhecido como magnetismo.
É o “milagre” da ciência, simples assim.
Em algum momento, questionamos a
existência da alma, do espírito.
Em algum momento, questionamos a
manipulação do inconsciente coletivo humano, que nos força a viver num mundo de
ilusões... é a verdadeira filosofia matrix.
Em algum momento, somos
acometidos por uma lucidez súbita, onde numa fração de segundos, as brumas da
ignorância se dissipam, e tomamos consciência de tudo isso e muito mais.
Em algum momento, “acordamos” pra
esta falsa realidade, com a impressão de ter vivido apenas um sonho repleto de
“idéias muito loucas”... e lá vamos nós, totalmente condicionados por neste
master mind universal, continuar a repetir todos os padrões de ignorância,
mesmo sem saber como.
Em algum momento, voltamos a nos
inserir nesta pseudo-vida, em uma rotina frenética que se resume em acordar,
comer, trabalhar, comer de novo, pagar contas, comer mais uma vez e dormir.
Acordar de novo, etc, etc, etc, correndo contra uma ilusão cronológica
inexistente e divertindo-se quase nunca (ainda que seja uma diversão ilusória,
como sempre é).
Em algum momento, todos os
momentos me entristecem, ao saber que há quem chame esta demência social de
vida.
Valeria Kenchicoski
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