"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

SURRENDER

Houve um tempo em que estive muito triste, achava que ia entrar em desespero. Não havia ninguém que pudesse mudar isso, mas havia um espelho... Às vezes eu confessava as minhas tristezas à ele.

Até que um dia me ocorreu que talvez, se eu fizesse um diário, isso pudesse me fazer bem. Apesar de eu nunca ter mostrado o que escrevia à ninguém, pois acreditava que ninguém se interessaria em ler coisa alguma que eu tivesse escrito. Era mais provável que as pessoas queimassem ou jogassem ao mar...

Mas o intuito disso era conseguir me libertar. Sinto que ao escrever, consigo compreender melhor o que está acontecendo... a história de minha própria vida!!!

Assim sendo, determinei p/ mim mesma que nesta história eu seria a “Heroína” de minha própria jornada.

Como um ser de “gaia” que sou, portanto inserida temporariamente na matéria, não consigo negar minha essência. De acordo com meu signo – Touro (o melhor signo do zodíaco... rs), sou um ser da terra, cem por cento sinestésica, movida pelo prazer e plenamente feliz por estar – ainda – na terceira dimensão.

São muitas as vivências em busca de espiritualidade e ascenção, meditações, estudos, enfim... tudo extremamente válido, pois sem estas teorias eu jamais teria tido a coragem de enxergar o meu EU VERDADEIRO. Jamais teria tido força, discernimento, sabedoria e temperança p/ administrar tudo o que veio pela frente.

Mas a verdade é uma só: na teoria é tudo muito lindo, mas na prática... definitivamente não tenho vocação p/ ser Madre Teresa de Calcutá. E o dia em que resolvi assumir isso p/ mim mesma, sem culpas, me tornei uma nova mulher... ou melhor, passei a ser eu mesma, sem os véus e tabus impostos pela sociedade. E que se dane a sociedade... “todo mundo enxerga as cachaças que bebo, mas ninguém enxerga os tombos que levo”.

Decidi me deixar viver. Viver de forma avassaladora. Pela primeira vez após anos e anos, sinto de novo meu sangue correndo pelas minhas veias... e isso é simplesmente mágico e divertido.

Estou VIVA!!!!!!!!!!

A princípio, esta simples constatação me causou um enorme pânico. Como é mesmo a sensação de estar viva e viver de forma avassaladora??? Como sentir prazer novamente em viver??? Não tinha a menor idéia de como se fazia isso.

Honestamente, o prazer puro não é o meu paradigma cultural. Minha árvore genealógica é repleta de pessoas super cumpridoras de seus deveres... deveres... deveres... e onde estão os direitos?

Aprendi a ser forte, responsável, a melhor aluna da classe (o que me rendeu o apelido de “Aurélio”... aquele dicionário...). Apesar de muita diversão e alegria em família, tudo era regalado de missões a cumprir, tipo: nunca deixar a pia da cozinha molhada, não sair de casa sem arrumar a cama, começar a fazer enxoval a partir dos 15 anos de idade e jamais se casar após os 30 anos, etc... etc... etc...

Para mim, porém, um grande obstáculo na minha busca pelo prazer era meu sentimento de culpa puritano. Então pensava sempre: Será que eu mereço ter prazer em viver? Que luxo mais desmedido!!!

A partir de agora quero abordar o prazer de viver como se ele fosse um dever de casa ou um gigantesco projeto p/ alguma feira de ciências.

Foi então que percebi que a única pergunta importante é: Como é que EU defino o prazer?

Tudo mudou. Tudo se tornou delicioso. Tudo o que eu precisava era me perguntar todos os dias, pela primeira vez na vida: “O que você gostaria de fazer hoje? O que te daria prazer neste momento?”

E sem ter de pensar no que alguém mais iria achar e sem mais nenhuma obrigação com o que me preocupar, estas perguntas finalmente se tornaram claras e absolutamente pessoais.

É isso.

por Valeria Palma em 21/01/2009.
Nota:
A palavra "surrender" tem como significado, entre outras coisas, ENTREGA; RENDIÇÃO.

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