PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA DO AMOR PRÓPRIO...
UM PRESENTE DE ANO NOVO!!!
Acabei de chegar em casa após a realização do meu Ultrassom de Mamas... A hora da verdade chegou!!! Eis o Laudo:
"Contornos cutâneos lisos e regulares. Região dos mamilos e tecidos subcutâneos com configuração, espessura e ecotextura normais. Não há evid6encia de nódulos de caráter sólido, cístico ou complexo. Distribuição e textura sônica do parênquima conjuntivo glandular dentro dos limites da normalidade. Espaço retro-mamário apresenta-se normal ao ultrassom. Axila apresenta-se normal, sem adenomegalia.
Conclusão: o controle evolutivo pós quimioterapia neoadjuvante revela remissão do nódulo na mama esquerda, observado anteriormente".
SEM PALAVRAS...
Aprendi com Nick Vujicic que existem muitas atitudes a escolher, atitudes que nos permitem superar as circunstâncias difíceis... uma delas é a ATITUDE DE PERDÃO.
A atitude de perdão, em minha opinião, é a melhor de todas, mas é a mais difícil de se aprender. Durante o meu processo de tratamento de combate ao câncer de mama, quimioterapias e tudo o mais, confesso que senti muita raiva e vontade de encontrar um culpado qualquer. O perdão era algo que não fazia parte deste processo.
Hoje sei que os momentos de raiva e ressentimento foram absolutamente necessários p/ que eu pudesse chegar a uma atitude de perdão. Sei também que estes são sentimentos naturais. Porém, quando percebi que a raiva e o ressentimento estavam fervilhando diariamente em meu coração, deixando-o machucado, dilacerado e arrebentado, um sinal de alerta se fez presente, como se eu estivesse recuperando o pouco de sanidade mental que ainda me restava.
A raiva não foi inventada para ser uma emoção de longo prazo. O corpo humano funciona como um automóvel: se mantivermos o motor ligado por muito tempo, sem parar, ele funde e deixa de funcionar. Pesquisas médicas demonstram que acumular raiva e ressentimento por longos períodos causa estresse físico, emocional, enfraquesse todo o sistema imunológico e debilita os órgãos vitais.
Ah... tem também a CULPA. Enquanto eu culpava o outro, o destino, o universo, a Deus e etc por eu ter desenvolvido um câncer, teoricamente não precisaria assumir nenhuma responsabilidade por meu próprio futuro. Ledo engano.
Tão logo tomei a decisão de me reconciliar comigo mesma, com meus médicos e com Deus, passei a tocar minha vida adiante. Foi então que passei a me sentir melhor física e emocionalmente, julguei que era chegada a hora de assumir esta responsabilidade.
O que me libertou foi uma atitude de perdão. Percebi que ao me apegar a velhas mágoas e feridas do passado, continuo a vivenciá-las, dando uma espécie de poder e controle às pessoas e fatos que outrora me machucaram. Mas, a partir do perdão, consegui cortar todos os laços. Nada mais pode me atazanar. E tem mais, não fiz favor algum a ninguém além de mim mesma. Eu diria que uma atitude de perdão é uma forma “egoísta” de reiniciar a vida. É um reset, é a proclamação da república do amor próprio!!!
A força do perdão vai além da cura individual. Quando Nelson Mandela perdoou os homens que o haviam mantido na prisão por 27 anos, o poder de sua atitude mudou uma nação inteira e provocou um efeito cascata em todo o mundo.
Enfim, aprendi que perdoar a mim mesma está sendo tão importante quanto perdoar aos outros. Já cometi erros. Já estraguei tudo de vez em quando. O segredo é voltar atrás, admitir o erro, pedir desculpas às partes magoadas ou ofendidas (se possível), prometer melhorar (e se empenhar de corpo e alma nesta melhora) e seguir adiante.
A Bíblia diz que nós colhemos o que semeamos.
Experimentei na pele o poder de mudar a minha atitude e posso garantir que isso mudou a minha vida.