"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

03/01/2012

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA DO AMOR PRÓPRIO...
UM PRESENTE DE ANO NOVO!!!

Acabei de chegar em casa após a realização do meu Ultrassom de Mamas... A hora da verdade chegou!!! Eis o Laudo:


"Contornos cutâneos lisos e regulares. Região dos mamilos e tecidos subcutâneos com configuração, espessura e ecotextura normais. Não há evid6encia de nódulos de caráter sólido, cístico ou complexo. Distribuição e textura sônica do parênquima conjuntivo glandular dentro dos limites da normalidade. Espaço retro-mamário apresenta-se normal ao ultrassom. Axila apresenta-se normal, sem adenomegalia.
Conclusão: o controle evolutivo pós quimioterapia neoadjuvante revela remissão do nódulo na mama esquerda, observado anteriormente".

SEM PALAVRAS...

Aprendi com Nick Vujicic que existem muitas atitudes a escolher, atitudes que nos permitem superar as circunstâncias difíceis... uma delas é a ATITUDE DE PERDÃO.

A atitude de perdão, em minha opinião, é a melhor de todas, mas é a mais difícil de se aprender. Durante o meu processo de tratamento de combate ao câncer de mama, quimioterapias e tudo o mais, confesso que senti muita raiva e vontade de encontrar um culpado qualquer. O perdão era algo que não fazia parte deste processo.

Hoje sei que os momentos de raiva e ressentimento foram absolutamente necessários p/ que eu pudesse chegar a uma atitude de perdão. Sei também que estes são sentimentos naturais. Porém, quando percebi que a raiva e o ressentimento estavam fervilhando diariamente em meu coração, deixando-o machucado, dilacerado e arrebentado, um sinal de alerta se fez presente, como se eu estivesse recuperando o pouco de sanidade mental que ainda me restava.
A raiva não foi inventada para ser uma emoção de longo prazo. O corpo humano funciona como um automóvel: se mantivermos o motor ligado por muito tempo, sem parar, ele funde e deixa de funcionar. Pesquisas médicas demonstram que acumular raiva e ressentimento por longos períodos causa estresse físico, emocional, enfraquesse todo o sistema imunológico e debilita os órgãos vitais.
Ah... tem também a CULPA. Enquanto eu culpava o outro, o destino, o universo, a Deus e etc por eu ter desenvolvido um câncer, teoricamente não precisaria assumir nenhuma responsabilidade por meu próprio futuro. Ledo engano.
Tão logo tomei a decisão de me reconciliar comigo mesma, com meus médicos e com Deus, passei a tocar minha vida adiante. Foi então que passei a me sentir melhor física e emocionalmente, julguei que era chegada a hora de assumir esta responsabilidade.
O que me libertou foi uma atitude de perdão. Percebi que ao me apegar a velhas mágoas e feridas do passado, continuo a vivenciá-las, dando uma espécie de poder e controle às pessoas e fatos que outrora me machucaram. Mas, a partir do perdão, consegui cortar todos os laços. Nada mais pode me atazanar. E tem mais, não fiz favor algum a ninguém além de mim mesma. Eu diria que uma atitude de perdão é uma forma “egoísta” de reiniciar a vida. É um reset, é a proclamação da república do amor próprio!!!
A força do perdão vai além da cura individual. Quando Nelson Mandela perdoou os homens que o haviam mantido na prisão por 27 anos, o poder de sua atitude mudou uma nação inteira e provocou um efeito cascata em todo o mundo.
Enfim, aprendi que perdoar a mim mesma está sendo tão importante quanto perdoar aos outros. Já cometi erros. Já estraguei tudo de vez em quando. O segredo é voltar atrás, admitir o erro, pedir desculpas às partes magoadas ou ofendidas (se possível), prometer melhorar (e se empenhar de corpo e alma nesta melhora) e seguir adiante.
A Bíblia diz que nós colhemos o que semeamos.
Experimentei na pele o poder de mudar a minha atitude e posso garantir que isso mudou a minha vida.

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