"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

domingo, 15 de janeiro de 2012

14/01/2012

A MULHER NO SUPERMERCADO
Ganhar respeito dos demais, tendo a ousadia de ser eu mesma... como é difícil e intenso isso!!!
A montanha-russa emocional pela qual estou sendo submetida está me enlouquecendo. Já passei por TODOS os efeitos colaterais físicos de uma quimioterapia, uns com maior intensidade, outros nem tanto. Até acho que estou suportando de forma bem razoável, talvez pelo fato de ter me preparado para o pior, o insuportável. Mas, avassalador mesmo são os efeitos colaterais emocionais... caraca. Algo como suportar as quatro estações climáticas do ano num mesmo dia. Ou seja, surreal.

Minhas emoções estão demasiadamente a flor da pele, sintonia fina, tolerância zero e toda a parte sinestésica com a sensibilidade ampliada em milhões de vezes. Me sinto numa constante TPM múltipla.
Quem convive comigo de forma mais próxima também sofre, obviamente.

O dia de hoje foi ótimo, produtivo e motivador. Eu estava realmente muito bem até resolver ir ao supermercado. Tudo normal, afinal, o que pode haver de tão ameaçador numa simples ida à um supermercado?
Iniciei minhas compras e estava distraída c/ meu filho, escolhendo quais os sabores p/ pipocas de microondas, quando uma moça, que eu nunca vi na vida, me cutucou, pediu licença e me perguntou: “vc se curou?”

Eu, pega de surpresa e sem entender a intenção da pergunta, respondi automaticamente que SIM.
E ela completou: “Tomara que sim. Tive uma amiga que teve câncer de mama e que tb pensou que tinha se curado, mas quatro anos depois apareceu uma metástase e ela morreu”. Virou as costas e saiu, como se nada tivesse acontecido. Travei.

Gente!!!!! Perdi o chão. O meu filho, tadinho, arregalou os olhos assustado. Só me fez uma pergunta óbvia: “mãe, vc conhece essa mulher?”
Conclusão: Não consegui terminar minhas compras e entrei em desespero... me vi de novo dentro do mundo paralelo, perdida. Caí em prantos, no meio do supermercado. Fiz um esforço enorme p/ manter o controle por conta do Arthur, que ficou sem entender nada.

Voltamos rapidinho p/ casa e p/ completar, nossa noite de sábado terminou c/ um black-out por conta de um vendaval que atingiu toda a baixada santista. Com a cabeça bombando de dor, tomei um banho gelado à luz de velas. Me debulhei em lágrimas numa dor emocional aguda, um transbordamento... adormeci.

Nenhum comentário:

Postar um comentário