"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

26/11/2012

Redigir uma carta de amor. É esta a missão que me foi dada na última aula do curso de literatura. Nunca pensei que fosse tão difícil...


CONFRARIA DOS CACHALOTES
Texto 3: Letter of Love 

Costumava me deitar no chão ainda morno, olhar para o céu e ver as estrelas no verão, quando menina. Mente e coração atravessava a Via Láctea, à espera de uma estrela cadente. Duvidava que as estrelas fossem fogo, que a terra se movia, que verdades pudessem ser mentiras, mas jamais duvidei do meu amor.

Hoje, mais de três décadas, sinto-me a mesma menina, num domingo que antecede o primeiro dia de aula. Continuo a sua espera e, embora saiba que nada dure para sempre, consciente ou inconscientemente minha busca será eterna, pois jamais duvidei do meu amor.

O crepúsculo chega e eu não quero ir. Já passei por angústias e enganos grotescos, confesso. A ânsia de encontrá-lo, me afastou a cada dia. Porém, jamais duvidei do meu amor.

Duas palavras: “e” e “se” tão inofensivas quanto qualquer outra. Coloque-as juntas, lado a lado, e elas terão o poder de assombrar. “E se?” Não sei como minha história acabará. Só sei que jamais duvidei do meu amor.

Para viver um amor verdadeiro, nunca é tarde demais. Se os romances de outrora não foram reais, por que não o seria o de agora? Falta-me coragem para seguir meu coração. Afinal, não sei como é viver um amor como o de Romeu e Julieta, pelo qual cruzar oceanos ou ainda como no filme Somewhere in Time. Gosto de pensar que um dia eu teria a coragem de agarrá-lo. Afinal, jamais duvidei do meu amor.

Assim, quando encontrar, que seja numa tarde de outono, inebriada com o ballet das folhas secas até a primavera. Que haja entre nós sabedoria, equilíbrio e resignação para aceitar este merecimento.

Ainda não sei seu nome, seu rosto, sua voz, mas sei que estamos muito próximos. A maturidade é uma lapidação constante. Hoje somos pedras brutas, perdidos um do outro.

Então, maduros, talvez se apresente numa trombada na rua ou na praia, entre amigos, numa disputa pelo último exemplar do livro Aprendendo a Viver - Sêneca, ou pelo mundo virtual.

Dizem que o amor não passa de um encantamento da gente pela gente mesmo. Assim sendo, ao me encantar, por favor, reconheça-me.
 
“Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas”. (Fernando Pessoa).


Valeria Kenchicoski.
26/11/2012.

Um comentário:

  1. ...sorte do amor quando te encontrar...pois afinal não é uma questão de dúvida e sim de tempo ou amadurecimento. Quero ler e sentir suas palavras quando encontrar o amor, amor este encontrado e alimentado pelas virtudes da alma que apenas esta sabe interpretar o contexto de amar.

    Tenho a sensação de que você cumpriu mais um desafio, pois afinal, você escreveu uma carta de amor.

    Beijos.

    Ramon.

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