"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

31/08/2010

O ano está passando rápido para todo mundo… E agosto, o mês do cachorro louco, trouxe suas mudanças e loucuras cotidianas para todos nós!!!

Antes que eu inicie a resenha deste meu mês de agosto em particular, faz-se necessário algumas considerações literárias (fontes diversas), conforme a seguir:

A Raiva, doença conhecida por deixar os animais e até mesmo os seres humanos “loucos” podendo levar a morte, não é exclusividade do mês de agosto, podendo aparecer em qualquer época do ano.
Mas na verdade, seja folclore ou não, a população condicionou agosto como “o mês do cachorro louco” por ser época e clima propícios para que as fêmeas entrem no cio, aumentando naturalmente a atividade sexual de cães e gatos, por exemplo, onde nesta época do ano registra-se um aumento considerável nos casos de raiva entre os animais, pelo fato das brigas e mordidas entre eles.

Se o mês de agosto é sinônimo de desgosto, melhor não duvidar da rima. E não faltam motivos para os supersticiosos quererem distância deste mês. Para os lados do Sul, agosto é mês de vento, de seca, de respiração difícil. É o mês do cachorro louco, do azar, da “zica” em si. Pelo menos, é o que dizem. E isso desde os romanos, responsáveis por nomear o mês em homenagem ao imperador Augusto. Eles acreditavam que um dragão enorme cuspia fogo pelas narinas e passeava pelos céus de lá. Depois disso, a crença se espalhou, afinal, tudo o que é faísca se alastra facilmente.
Em Portugal, por exemplo, agosto não é mês de casar desde o período das navegações, já que esta era a época do ano escolhida para que os navios das expedições zarpassem. Quem casava em agosto, ficava sozinha. Não é à toa que os portugueses trouxeram na colonização a superstição de agosto. É principalmente no nordeste brasileiro que a lenda encontrou chão fértil e virou mito. Agosto, para as bandas de lá, mais especificamente o dia 24, é o escolhido para que “aquele que não deve ser nomeado” perambule faceiro por aí.
Não, não falo de Voldemort nem de bruxinhos paz e amor. Dizem que é o dia em que as portas do inferno são abertas e o Diabo é liberto para uma estadia na Terra. O dia que também é dividido com a homenagem a um santo – São Bartolomeu – acaba por misturar as datas. São Bartolomeu, um dos doze apóstolos – o primeiro da esquerda para direita na Última Ceia feita por Leonardo da Vinci – é o responsável por colocar o diabo novamente no inferno. Por que motivo essa foi a data escolhida. É um mistério, mas dizem que o responsável pela abertura dos portões do inferno é Pedro, detentor das chaves do inferno e do céu.

Quem soltou e quem prendeu, é motivo fútil. O importante é tentar não cruzar com “ele” por aí – mas acho que o objetivo é justamente o contrário. Antes de me encher de medo, prefiro lembrar que já sobrevivi a outros dias difíceis... bem difíceis, afinal, TUDO É BOM. Mas, há algo ainda mais assustador neste mês... uma sexta-feira 13 cair no mês de agosto. Bem, se eu escrevi e você está aí, em algum lugar deste planeta lendo que hoje o demônio poderia ter lhe feito uma visita durante o mês de agosto, é porque ambos passamos ilesos à sexta-feira 13 que caiu bem neste ano.

O mês de agosto, assim como todos os outros meses do ano, também pode ser o “inferno astral” de muita gente. O período assim conhecido popularmente é o mês que antecede o aniversário de alguém. Nesta época, muitas pessoas acreditam viver momentos de má sorte atribuindo as turbulências cotidianas aos astros. Será que o “inferno astral” realmente existe? Os especialistas no assunto são unânimes em dizer que sim, ele existe e não é fruto da imaginação das pessoas. Os grandes responsáveis por esse temido período de trinta dias antes de “soprar as velinhas” são os astros e uma série de sentimentos que cercam quem está próximo de completar mais um ano de vida.

Simples assim... tudo junto e misturado!!!

Eu poderia ficar aqui, por horas e horas a fio, tentando dissecar os mistérios que permeiam o mês de agosto, nas mais diversas civilizações, culturalmente, cronologicamente e etc. Mas a finalidade deste Divã não é esta. Assim sendo, vamos à resenha?

Primeiramente, não é segredo para ninguém que “parei” de escrever – durante este mês de agosto – e os motivos são infinitos. Em outras épocas, neste momento eu estaria me sentindo culpada, uma pessoa sem palavra, sem determinação em que ao primeiro sinal de tormenta, abandonou o barco, antes mesmo do naufrágio em definitivo. Rei morto, rei posto. Nada disso!!! Que rei (ou rainha)? Que naufrágio? Hello... sou eu, eu mesma, com os mesmos fantasmas de sempre, vivenciando cada momento, cada emoção do meu dia a dia. E por mais bucólicas que sejam estas emoções, elas fazem parte de mim, compõem o meu EU verdadeiro. Ah, e como é bom senti-las. Sinal de que estou viva... ainda!!!

Passei os 31 dias do mês de agosto tentando me recuperar de uma suposta bronco-pneumonia. Escrevi suposta, porque até que se prove o contrário, acredito que as “doenças” são totalmente psicossomáticas. No meu caso, a coisa foi tão séria, que se tornou sintomática. Resultado: muitas visitas ao pronto socorro, muitos exames realizados, injeções, medicamentos, repouso absoluto, dieta balanceada e por fim... todos os exames clínicos normais. Durante este período, como represália a mim mesma, me recusei a escrever. Não tinha cabeça, coração e nem mãos para isso. Estava num verdadeiro turbilhão de emoções e sensações, onde não me faltou dor moral e física a me atormentar, infinitos questionamentos, depuração, resignação.

Precisei ficar quietinha. Sem falar, sem ouvir, sem ler, sem escrever, sem trabalhar, sem pensar, etc... tudo no automático. Só saía da cama p/ ir ao banheiro. Quando me cansava do quarto, carregava meu acampamento (edredon, travesseiros, inalador, medicamentos, lenço de papel, etc) para a sala, mas com o incômodo do sofá, logo voltava ao cafofo original – meu quarto.
Para não dizer que fiquei com os neurônios totalmente improdutivos durante este período, comecei a ler pela terceira vez o livro VOCÊ PODE CURAR SUA VIDA de Louise L. Hay. Quem sabe desta vez eu aprendo...

Segundo a psicóloga americana Louise L. Hay, todas as doenças que temos são criadas por nós. Somos 100% responsáveis por tudo de ruim que acontece com nosso organismo. Todas as doenças têm origem num estado de não-perdão. Sempre que estamos doentes, necessitamos descobrir a QUEM precisamos perdoar e pode ser inclusive e principalmente um processo de AUTO-PERDÃO. Quando estamos empacados num certo ponto, significa que precisamos perdoar mais. Sentimentos como pesar, tristeza, raiva e vingança, por exemplo, são sentimentos oriundos de um tempo/espaço onde não houve perdão. Perdoar dissolve o ressentimento. Blá, blá, blá... já sei isso tudo de cor. Na teoria é tão fácil, tão simples.

Em algum ponto de um passado remoto, mais precisamente nos últimos três anos, perdi minha conexão com o Divino. Não sei onde foi parar a emoção, a sinestesia deste contato. No momento, tudo o que sei está só na teoria, não consigo mais sentir como verdade, como algo possível. Isso me preocupa muito, na verdade me apavora. Fiz de tudo, busquei esta re-conexão de todas as formas e com todas as pessoas possíveis e inimagináveis, mas foi em vão. O vazio continua aqui. Como tudo tem seu lado bom, esta busca foi extremamente válida. Me deparei com muitos fantasmas, com várias facetas de mim mesma, que eu nem lembrava mais que pudessem existir. Foi então que percebi, por exemplo, que perdoar e esquecer são sentimentos totalmente distintos. Percebi também que “esconder sujeira debaixo do tapete” é uma roubada. Um dia ela aparece mais encardida do que nunca.
Existem também os contratos firmados, nas várias dimensões possíveis. Será que eu contratei TUDO isso? Esta é a única certeza que tenho. Contratei SIM. Fiz quase um pacto de sangue. Assim sendo, mesmo que eu não saiba como, terei que superar cada momento, degrau por degrau, tudo a seu tempo. Chega de ficar parada no poço. Tenho ainda um Fio de Ariadne infinito para tecer.
Então, voltando às doenças psicossomáticas, tenho a dizer que Louise L. Hay relaciona algumas doenças e suas prováveis causas. Daí, fui tentar encontrar alguns significados possíveis que possam descrever e/ou justificar de alguma forma minha patologia atual.
Resultado: “Incapacidade de respirar por si. Sentindo-se contido. Choro reprimido. Amor sufocante. Ambiente familiar inflamado. Falta de capacidade de absorver a vida plenamente. A quem você é alérgico? Negação do próprio poder”. E a lista segue, infinita.
Enfim, pelo menos para este mês de setembro que se inicia, juntamente com a primavera, terei muito mais cuidado com meus sentimentos, principalmente os sentimentos em que teimo em esconder de mim mesma. Afinal, quem esconde os sentimentos, retarda o crescimento da Alma.

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