"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

terça-feira, 22 de junho de 2010

20/06/2010

Um dia que tinha tudo para ser alegre e agradável, afinal reunimos nossa família para um delicioso churrasco e de quebra ainda assistimos todos juntos o segundo jogo da Seleção Brasileira de Futebol nesta Copa do Mundo. E não é que o saldo final foi melhor do que no último jogo? Hoje o Brasil jogou contra a seleção da Costa do Marfim. Um jogão de bola, porém muito violento. O Juiz se fez de morto o tempo todo, expulsou o Kaká, mas ainda assim ganhamos com um placar de 3 x 1. Razoável, bem melhor que o primeiro jogo. Enfim, já estamos classificados para a próxima fase.

E por falar em Copa do Mundo, bem que eu poderia estar na África do Sul neste momento, né? Será que do outro lado do oceano, neste momento festivo, alguém se lembra que tem problemas? Será que algum “zulu” sabe que eu existo neste continente chamado América Latrina? (Ops, desculpem-me, mas quis dizer América Latina). Na verdade estou à procura de sossego, talvez nas savanas eu pudesse encontrar um pouco de paz entre os nativos selvagens. Selvagens? As zebras, leões, girafas, elefantes, etc? Quem disse isso? São harmoniosos e inteligentes. Apenas se defendem e só. Lá é cada um no seu quadrado. Selvagens mesmo são os seres humanos, as pessoas com quem temos que conviver diariamente em nosso cotidiano capitalista, isso sim é viver numa selvageria diária. Acredito que se o bicho homem tem o poder de raciocinar, por si só já se torna o mais implacável, perigoso e violento ser da natureza, pois ao contrário do animais dito irracionais (que se manifestam puramente por instinto), o bicho homem articula suas atitudes de forma friamente calculada. Assim sendo, não há como tecer comparações. Definitivamente, o bicho homem é infinitamente pior, infinitamente inferior. A escala evolutiva deve estar equivocada!!! Hoje, eu mesma seria infinitamente mais feliz se fosse uma onça pintada, linda e altiva, correndo pelas savanas... livre.

Como já deu para perceber, tive uma noite de muita reflexão. Tenho alguns cristais nesta minha vida. Infelizmente um deles, com certeza o segundo mais valioso, encontra-se trincado já faz alguns anos. Cristal trincado não tem jeito, não se emenda, por melhor que seja a finalidade e intenção, uma vez trincado fica marcado por toda a vida e perde gradativamente seu valor.

Minha avó sempre me dizia que “errar é humano, perdoar é divino e persistir no erro é burrice”. Eu já estou na fase da persistência, afinal, como eu sempre digo: “teimoso é quem teima comigo!!!” Será que estou sendo burra? Sinto-me diariamente com uma espada em meu peito, sem saber que rumo tomar. Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come... Se eu persistir o cristal se quebra em definitivo, mas se eu desistir ele se quebra também. Neste momento não sei se “abraço” esta causa, custe o que custar, mesmo tendo que passar por cima de sentimentos e pessoas, mesmo tendo que abrir mão de minha personalidade e autenticidade em prol de um suposto “bem comum” ou se chuto o pau da barraca e seja lá o que Deus quiser.

E por falar em Deus, onde está escondida a Sabedoria Divina que supostamente me habita ou que pelo menos deveria me habitar? Abro mão do meu contrato ou assumo o karma de outras pessoas como se fossem os meus? Até que ponto o afastamento é ou não é a melhor solução? Em que momento na arte da guerra faz-se necessário recuar?
Nesta noite, dormi na sala. Estou realmente precisando MUITO ficar sozinha. Quer dizer, sozinha eu já estou a muitos anos, principalmente depois que a minha mãe faleceu. Presença física não é sinônimo de companhia. Mas hoje eu precisei inclusive ficar sozinha fisicamente. E sei que será assim nos próximos dias, pelo menos enquanto eu estiver ruminando tudo o que me aconteceu nesta última década. Onde foi que eu errei? Como pude me enganar tanto? Preciso encontrar o início do novelo do meu Fio de Ariadne pessoal, desatar todos os nós, um a um, pois somente quando o meu Fio de Ariadne estiver totalmente esticado é que poderei me organizar no sentido de como irei refazer este meu novelo.

Tenho um buraco que fica no meio do meu peito, parece uma moleira, também conhecido como timo ou plexo solar. Por ali me entra cada coisa... Hoje me entrou um mar inteiro, subiu até a garganta, apertou tudo e continua lá, não quer sair. Não basta que haja amor para se viver um amor. Quando um se sente em paz, o outro quer a guerra. Discordamos sobre o tempo, o tamanho das ondas, a cor da cadeira. O desacerto é incomensurável e não há nada que resista a tantas tentativas de reconciliações - um dia a casa cai.

Por enquanto vou ficando por aqui, totalmente perdida no buraco negro sufocado de emoções que meu timo se tornou.

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