"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

terça-feira, 25 de maio de 2010

21/05/2010

Outro dia eu ouvi da minha amiga Viviane a seguinte frase: “Se prepara nega, logo, logo o Arthur estará com a gente no Grupo Escoteiro e você ainda vai ser Mãe de Apoio.”

Isso aconteceu a mais de sete anos atrás, quando eu ainda estava grávida do Arthur...

Na época eu achei graça e pensei: “A Vivi está maluca, temos ainda muito tempo pela frente...”

E este dia chegou e chegou muito mais rápido do que eu jamais poderia imaginar. Foi exatamente neste ano de 2010, quando o Arthur completou 7 anos de idade e iniciou suas atividades como Lobinho no GEMAB.

E lá estava a Vivi, feliz da vida... e não é que a gente se lembrou daquele dia, daquela conversa aparentemente “sem sentido”, que tivemos quando eu ainda estava grávida? E hoje ela me disse: “Eu não disse que este dia chegaria rapidinho?”

Meu dia de hoje foi em função de conseguir administrar meu estado emocional, pois hoje o Arthur foi participar de seu primeiro acampamento escoteiro... um final de semana inteiro com a Alcatéia em Bertioga... SEM MAMÃE!!!

Ele estava super feliz e radiante, eu em cólicas, desesperada!!! A medida em que as horas do meu dia foram passando, meu coração ficava ainda mais apertado. Mas, afinal, sou uma mãe ou uma ratazana? Hello... até as ratazanas são mães!!!

Preparei a mochila, o edredon, o saco de dormir e toda a parafernalha necessária... só Deus e eu sabemos como. Sei lá, é impossível descrever o sentimento. Só sei que no caminho até o ponto de partida eu não me controlei, fui em prantos, as lágrimas desciam, um sentimento inexplicável e incontrolável.

Sei que sempre há um momento em nossas vidas em que nos sentimos órfãos, enquanto pais. Afinal, nossos filhos crescem de um momento para outro, inexoravelmente. Chega a ser paradoxal, pois quando nascem pequenos e frágeis os primeiros meses parecem intermináveis. Noites mal dormidas, quando dormidas, amamentação, troca de fraldas, revezamento total entre eu e meu marido em busca de respostas a cada estímulo, ficamos pós-graduados em interpretação de choro de bebê...

Sempre desejei que o Arthur fizesse tudo precocemente, coisas de mãe mesmo... queria sorrisos, bracinhos agitados, queria que ele logo se virasse sozinho, ficando deitado de barriguinha p/ baixo, depois fosse se arrastando, até descobrir os joelhinhos e começasse a engatinhar, ficar em pé, andar... o primeiro dia na escolinha... só alegria!!! Tudo regalado de uma ansiosa expectativa, afinal, com quem ele vai se parecer quando crescer?

Então, um dia, de repente, meu filho está crescidinho, com 7 anos e eu enquanto mãe, me deparo com a primeira separação. É o momento do vôo para além do ninho doméstico.

Neste momento me perguntei: “Onde está aquele bebê com cheirinho de leite e fralda molhada?” Tudo isso se passou em minha cabeça durante o trajeto de casa ao grupo, menos de 10 minutos de carro.

Lá, me encontrei com outras mães na mesma situação e descobri que eu sou normal... sou simplesmente MÃE. Fiz de conta que era a pessoa mais forte e segura deste mundo e entreguei minha maior riqueza ao mundo. No fundo, no fundo, cheia de orgulho e admiração. Este dia foi um marco em nossas vidas... inesquecível!!!
Cresci.

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