"Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto."
(Martha Medeiros)

Este Blog tem por objetivo catalogar minha caminhada nesta jornada diária na busca incessante pelo auto-conhecimento e compreensão das coisas com a ampliação de consciência. Esta tarefa faz parte do meu exercício de auto-disciplina e comprometimento comigo mesma.


Sigo meu caminho, um dia de cada vez, colocando cada coisa em seu lugar, re-organizando aos poucos toda a minha existência. Mas... de que forma??? Condição sine-qua-non ou regra de ouro: Nunca fazer ao outro aquilo que não gostaria que o outro me fizesse. Deixar a ansiedade e o orgulho de lado, controlar o ego e exercitar o perdão.

Simples, mágico e divertido... com certeza!!!

Por fim, decidi fazer um diário emocional onde irei registrar minhas impressões sempre que algo relevante chacoalhar minha estrutura sinestésica feminina, cujo título não podeia ser outro, senão O DIVÃ DE VALERIA KENCHICOSKI.

Valeria Kenchicoski - março/2010.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

22/05/2010

Ufa... santo sábado!!!

Diferentemente do meu cotidiano, hoje foi um dia atípico. Me senti um peixe fora d’água, sem ter a obrigatoriedade de cumprir a rotina frenética de todos os finais de semana. Já que não precisei escolher qual tarefa cumprir primeiro, optei em praticar o NADISMO... isso mesmo, esvaziei corpo e mente.

Pra começar, acordei às 11:37h, algo realmente inédito p/ um dia de sábado... já que a manhã estava perdida, tentei criar coragem p/ programar o resto do meu dia... não deu. Meus neurônios não permitiram nenhum tipo de esforço físico e nem tampouco mental. Relaxei e permaneci entregue ao vazio... delícia!!!

Ao meio dia fui ao salão de beleza fazer as unhas. Detalhe: meu rosto literalmente todo amassado de tanto dormir e eu nem aí com a hora do Brasil. Coloquei um óculos de sol e tudo certo. Fala sério, salão de beleza é um lugar muito chato e quando a gente quer silêncio então... aí a coisa só piora!!! Como mulher fala, fala, fala...

À tarde, tive que cumprir um protocolo social. Fui ao chá de bebê de uma colega. Mais mulheres falando, falando, falando... e eu tentando exercitar o silêncio... doce ilusão!!!

Ultimamente ando meio “passada a ferro frio”. Acho que o cotidiano em que vivemos neste século está definitivamente me deixando vazia, desacreditada. As emoções estão em forma de turbilhão e para que eu consiga me manter firme como um bambu chinês, me fecho em copas.

Daí tenho que ouvir comentários do tipo:
daria tudo p/ saber o que se passa dentro de vc.

Me acho tão transparente... basta um pouco mais de cuidado e observação que qualquer pessoa pode ser capaz de ler a minha alma. Perdi as contas de quantas vezes nesta última semana eu ouvi:
está tudo bem com vc?” ou “o que vc tem?”... Caramba!!! É só desejar de verdade saber quem eu sou ou o que está se passando comigo... na pior das hipóteses, que tal ler este divã?
Em contrapartida, já ouvi comentários questionadores em relação ao conteúdo do que tenho escrito e postado aqui. Ando escandalizando as mentes mais conservadoras e imediatamente me pergunto:
“mentes mais conservadores ou personalidades delirantes, detentoras do lema – faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço?”
Tenho minhas profundas dúvidas.

Como trazer à realidade um ser humano cuja personalidade é delirante, criadora de suas próprias fantasias irreais e pior, que acredita nelas veementemente? Já tentei lançar mão de várias teorias psicanalíticas e descobri que qualquer que seja esta teoria, ela definitivamente não funciona. Com certeza o ser humano que detém esta personalidade possui impulsos e desejos reprimidos e faz disso sua própria realidade, chegando ao ponto de criar o que eu costumo chamar de “Fantástico Mundo de Bob”. E qual o final desta história? Um ser humano usuário de remédios neuro-reguladores, com o intuito de que tudo em sua vida transcorra de forma mediana, fantasiosamente equilibrada... come médio, dorme médio, trabalha médio, ama médio, vivencia suas experiências de forma média.

A beleza está em viver intensamente, porém de forma equilibrada... este é o segredo de viver com sabedoria, mas confesso que estou muito longe de encontrar este equilíbrio. Vou fazer um plágio das palavras do Ancelmo, lá do Paulo de Tarso, Centro Kardecista em que eu freqüento: “Me acham boazinha? Venham morar comigo, dificilmente conseguirão suportar mais de uma semana”.

Boas maneiras infelizmente tornaram-se clichês. Se interessar de verdade por alguém é algo que se torna a cada dia mais surreal. O fato é que as pessoas não têm tempo p/ si mesmas, não detém o auto-conhecimento, então como exigir que haja interesse em conhecer o outro? Pensar dá trabalho!!! O auto-conhecimento é uma árdua tarefa de reforma íntima e cirurgia moral individual. Só sei que eu estou fazendo a minha parte. Dentro das minhas limitações, estou pelo menos tentando... As pessoas fazem comentários automaticamente, não prestam atenção no que pensam e dizem.
Parecem funcionários de Drive Thru:
Obrigada e bom lanche.”

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